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  • Foto do escritorJosuel Junior

Precisamos Falar de... Temporada Comemorativa do Teatro de Açúcar

Aliando teatro e música, a companhia Teatro de Açúcar convida o público para celebrar seus 10 anos em grande estilo. Três espetáculos circularão por diferentes teatros até o final de 2019.

Fotos de Diego Bresani

Conheci os meninos do Teatro de Açúcar há muitos anos, quando ainda nem tinham esse nome, mas já mantinham uma acidez açucarada em suas obras. Sabe aqueles pirulitos dos anos 90 que vinham dentro de um saquinho com pó azedinho? Era mais ou menos essa sensação.


Foram muitas as noites de Faculdade Dulcina, Feitiço Mineiro, cervejas e vinhos em casas e lugares que já nem lembro onde eram ou como fui parar lá. Confesso: eu era apaixonado por três triges, trigos trists, tristes tigres tristes. Enfim... Uma banda performática que eles tinham e que tocava coisas que eu jamais havia escutado em vida. Fã mesmo. Fã sem vergonha de tietar. Eles moravam no Recanto das Emas e eu em Samambaia. Achava estranhíssimo gostar de ídolos que moravam tão perto de mim. Obviamente, como todo fã apaixonado, dei pinta várias vezes em situações que hoje eu compreendo com carinho hoje, colocando tudo na conta da adolescência. Amém!


Com o passar do tempo, meu contato com os meninos diminuiu (o que é natural na vida), mas sempre observei o movimento de suas produções no Brasil e na Espanha com muito respeito e admiração. Há um senso estético e conteudístico nas obras do Teatro de Açúcar que gosto muito. Uma ou outra coisa eu realmente achei bem entranha... como um espetáculo (não me recordo o nome) em que a personagem principal chamava-se Lua-de-Cristal. Daquela peça não entendi quase nada. Em compensação, uma das produções de quando possuíam vínculo com a Faculdade Dulcina nunca saiu de minha memória. O público entrava vendado e havia nesta peça (da qual já já me lembro o nome também) uma cena em que a filha pedia pro pai passar mais margarina no pão (indicando uma possível relação incestuosa). Como estávamos vendados, só sentimos um cheiro delicioso de pão na chapa e isso mexeu profundamente com meus sentidos. Foi um momento retumbante, sublime, fenomenológico.

Sr. F em cena - por Diego Bresani

Bem... lembranças de lado, o que motivou a escrever este texto foi a comemoração dos 10 anos do Teatro de Açúcar. Três espetáculos serão apresentados no formato de uma mostra itinerante, arquitetada para evidenciar três forças criativas muito presentes nos espetáculos da cia: a interpretação, a música e a dramaturgia - linguagens que se entrelaçam com liberdade, sem querer demarcar fronteiras - a interpretação é trabalhada com a sinuosidade de uma canção; as trilhas sonoras buscam simular o fôlego do intérprete em cena, desaguando em temas poéticos, políticos e filosóficos, através do original estilo dramatúrgico da cia. As temporadas seguirão o seguinte roteiro:



PLANO PILOTO

ESPAÇO CULTURAL RENATO RUSSO (508 SUL)

Espetáculo Adaptação: 08, 09 e 10/11/ Sexta e Sábado, às 18h, e Domingo, às 17h.

Espetáculo Naufragé(s): 08, 09 e 10/11/ Sexta e Sábado, às 20h, e Domingo, às 19h .


SAMAMBAIA

ESPAÇO CULTURAL GALPÃO DO RISO  (QR 405 de Samambaia Norte) Espetáculo Biograficção: Dias: 15, 16 e 17/11/ Sexta e Sábado, às 20h, e Domingo, às 19h.


PLANALTINA

COMPLEXO CULTURAL DE PLANALTINA (Setor Adm, Lote 2)

Espetáculo Adaptação: 19, 20 e 21/12/ Sexta, Sábado e Domingo, às 20h.


*Todas as sessões são gratuitas, mediante lotação dos espaços culturais. Conheça agora os espetáculos:


Acho importante enaltecer os amigos que seguem carreira e que produzem bons produtos culturais. Acredito que haja uma espécie de autocensura quando vemos algo muito bom e evitamos comentar porque isso pode mexer com nossa vaidade. É culpa de uma certa pose de status-quo teatral que alguém inventou. A veeelha e equivocada tática do circuito artístico. Porém, o Teatro do Açúcar é bom sim. Recomendo. São espetáculos sensíveis e bonitos de assistir mesmo. Espero ter tempo pra poder acompanhá-los nos próximos finais de semana.


Viva o Teatro de Açúcar! Viva o teatro que cruza fronteiras, que se mistura e regressa à terra-natal, como a princesa Sara fazia toda vez que o Cavalo de Fogo dava-lhe uma carona para o reino de Dar-Shan.

Sr. Marco Michelângelo por Diego Bresani

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